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Medalha

July 23, 2013

Há quanto tempo você não ganha uma medalha? Quando eu era criança eu tinha um monte delas. Jogava bola, nadava, rastejava no judô, meus pais me colocavam em qualquer coisa para lidar com aquela hiperatividade infantil irritante. Medalha de ouro, prata, bronze, categoria fraldinha, dente de leite, pré-mirim, mirim, infantil, infanto-juvenil, fui até uns 15 ou 16 anos ganhando medalhas. Nos campeonatos da escola, do bairro, qualquer torneio por mais mal organizado que fosse era pretexto para encher a molecada de medalhas. Nem que seu time desse vexame, você ganhava medalha. De participação. Quem se lembra disso? Ainda rolava um lanche e refrigerante. Barriga cheia, açúcar na veia e um medalhão do tamanho da sua orelha pendurada no pescoço. Que mundo mágico era aquele, não? Aquilo apagava qualquer problema de família, de comportamento, esporro de pai e mãe, notas ruins na escola. A medalha significava que a gente era especial. Equivocadamente especiais.

 

Eu tinha uma gaveta cheia delas, reluzentes, imponentes, totalmente superestimadas no universo particular de qualquer criança. A verdade é que a gente quando pequeno é tratado como índio, você recebe um pente em troca da terra. No caso, uma medalha em troca da alma. Você cresce com aquela sensação maravilhosa de ser constantemente mimado, as medalhas brilham e apontam para um futuro delirante. Pô, se coloca na cabeça de uma criança com 5 anos “Se eu já tenho tudo isso na gaveta, imagina quando eu for adulto? Eu quero é crescer logo, ter barba, pelo no saco, entrar nesse mundo brilhante e maravilhoso. Se agora já é assim, com 30 anos terei um quarto repleto de troféus e mulheres, tudo meu. Eu vou ser Rei”.

 

Pois é, apesar do jargão inverossímil “o importante é competir”, você aprende que não. As medalhas param de ser distribuídas assim, de uma hora para outra. O importante sempre foi ganhar, por trás das medalhas banhadas a ouro era essa a mensagem oficial que você carregava no pescoço. E sem perceber você cresce com essa mensagem subliminar no inconsciente. As medalhas ficarão cada vez mais difíceis, poucos serão consagrados e você só será interessante para os outros se houver interesse no meio. Acabou a infância, amigo. Bem vindo ao mundo reluzente dos adultos barbados com pelo no saco.

 

A medalha continua no pescoço dos nossos atletas. Importante é competir o cacete. Importante é ganhar. Símbolo da vitória e da conquista, símbolo que houve perdedores no caminho. A maioria é deles, aliás. Medalha virou profissão. Ou no caso de pessoas ordinárias como a maioria de nós, medalha virou memória. E quanto mais crescemos, mais fosco fica o brilho do ouro.

Strand of Oaks – Sterling

July 23, 2013

Recordação

June 6, 2013

‘Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não?’

“Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado”, ele disse, me olhando pelo retrovisor. Fiquei sem reação: tinha pegado o táxi na Nove de Julho, o trânsito estava ruim, levamos meia hora para percorrer a Faria Lima e chegar à rua dos Pinheiros, tudo no mais asséptico silêncio, aí, então, ele me encara pelo espelhinho e, como se fosse a continuação de uma longa conversa, solta essa: “Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado”.

Meu espanto, contudo, não durou muito, pois ele logo emendou: “Nunca vou esquecer: 1º de junho de 1988. A gente se conheceu num barzinho, lá em Santos, e dali pra frente nunca ficou um dia sem se falar! Até que cinco anos atrás… Fazer o que, né? Se Deus quis assim…”.

Houve um breve silêncio, enquanto ultrapassávamos um caminhão de lixo e consegui encaixar um “Sinto muito”. “Obrigado. No começo foi complicado, agora tô me acostumando. Mas sabe que que é mais difícil? Não ter foto dela.” “Cê não tem nenhuma?” “Não, tenho foto, sim, eu até fiz um álbum, mas não tem foto dela fazendo as coisas dela, entendeu? Que nem: tem ela no casamento da nossa mais velha, toda arrumada. Mas ela não era daquele jeito, com penteado, com vestido. Sabe o jeito que eu mais lembro dela? De avental. Só que toda vez que tinha almoço lá em casa, festa e alguém aparecia com uma câmera na cozinha, ela tirava correndo o avental, ia arrumar o cabelo, até ficar de um jeito que não era ela. Tenho pensado muito nisso aí, das fotos, falo com os passageiros e tal e descobri que é assim, é do ser humano, mesmo. A pessoa, olha só, a pessoa trabalha todo dia numa firma, vamos dizer, todo dia ela vai lá e nunca tira uma foto da portaria, do bebedor, do banheiro, desses lugares que ela fica o tempo inteiro. Aí, num fim de semana ela vai pra uma praia qualquer, leva a câmera, o celular e tchuf, tchuf, tchuf. Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não? Tá acompanhando? Não tenho uma foto da minha esposa no sofá, assistindo novela, mas tem uma dela no jet ski do meu cunhado, lá na Guarapiranga. Entro aqui na Joaquim?” “Isso.”

“Ano passado me deu uma agonia, uma saudade, peguei o álbum, só tinha aqueles retratos de casório, de viagem, do jet ski, sabe o que eu fiz? Fui pra Santos. Sei lá, quis voltar naquele bar.” “E aí?!” “Aí que o bar tinha fechado em 94, mas o proprietário, um senhor de idade, ainda morava no imóvel. Eu expliquei a minha história, ele falou: Entra’. Foi lá num armário, trouxe uma caixa de sapatos e disse: É tudo foto do bar, pode escolher uma, leva de recordação’.”

Paramos num farol. Ele tirou a carteira do bolso, pegou a foto e me deu: umas 50 pessoas pelas mesas, mais umas tantas no balcão. “Olha a data aí no cantinho, embaixo.” “1º de junho de 1988?” “Pois é. Quando eu peguei essa foto e vi a data, nem acreditei, corri o olho pelas mesas, vendo se achava nós aí no meio, mas não. Todo dia eu olho essa foto e fico danado, pensando: será que a gente ainda vai chegar ou será que a gente já foi embora? Vou morrer com essa dúvida. De qualquer forma, taí o testemunho: foi nesse lugar, nesse dia, tá fazendo 25 anos, hoje. Ali do lado da banca, tá bom pra você?”

A Queijaria

June 6, 2013

Acaba de abrir na Vila Madalena, A Queijaria, loja especializada em queijos artesanais brasileiros, que tem mais de 70 tipos de queijos vindos de Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e interior paulista.

A estrela da casa (e até agora o queijo mais procurado) é o da Serra da Canastra. Mas faça uma visita com calma e peça ao proprietário, Fernando Henrique Soares de Oliveira, para promover uma degustação com explicação de cada queijo sobre a bancada.

Você encontrará queijos picantes de Minas, mais adocicados de Pernambuco, outros que levam nome “tipo camembert”, mas que só têm aparência similar ao daquele queijo e um sabor completamente diferente, suave e maravilhoso.

Passei quase uma hora lá nesta semana provando queijos e conversando com Fernando e não consigo indicar aqui qual comprar. São todos muito saborosos, com características bem particulares. Saí de lá levando um requeijão de Pernambuco, um queijo do Serro, um cabra curado por seis meses de Casa Branca, no interior paulista, e um queijo pernambucano que lembra o parmesão. Mas no dia seguinte já queria voltar pra comprar outros.

Fernando viajou pessoalmente para fazendas pelo Brasil procurando e experimentando queijos e vai explicando cada um deles com dicas como “esse é tipo um parmesão, mas não tão forte; o melhor para fazer pão de queijo é o de Araxá; esse é um queijo de cabra feito no interior de São Paulo, com sabor mais forte…” E por aí vai.

Boa parte dos queijos que oferece na sua loja são feitos com leite cru. “A legislação exige duas coisas para comercializar queijos feitos com leite cru fora do estado de Minas: que a fazenda que produz os queijos apresente notas fiscais (e eu tenho todas elas aqui comigo na loja) e que o queijo tenha mais de 60 dias de cura. Todos os que vendo aqui atendem a essas exigências e estão aptos a passarem por análises químicas”, explica.

Os queijos mineiros custam entre R$ 20 e R$ 300 (Canastra Real), a peça. Os queijos pernambucanos saem por R$ 80 o quilo; e o queijo de cabra de Casa Branca custa R$ 120 o quilo.

A Queijaria: R. Aspicuelta, 35, Vila Madalena. Tel.  11 3812-6449 .

12 paraisos da culinaria ogra

April 24, 2013

Não pode ter nome começando por ‘chez’ ou terminando por ‘bistrô’; a comida precisa ocupar ao menos 85% da área total do prato; não pode ter ‘menu’ e sim ‘cardápio’; os garçons não podem ser modelos, manequins ou atores; e, finalmente, não pode ter ‘chef’ e sim ‘cozinheiro’. Esses são alguns dos ‘mandamentos’ que segundo o jornalista André Barcinski no seu ‘Guia da Culinária Ogra – 195 lugares para comer até cair’, não podem faltar aos restaurantes do gênero. O livro de Barcinski lançado no final do ano passado pela Editora Planeta desvenda os paraísos da culinária ogra em São Paulo.

Segundo ele, “O que torna a experiência de comer perfeita, na minha opinião: Comer muito e sair rolando feliz no fim da refeição; Experimentar novos pratos e ingredientes exóticos; Pagar um preço justo; Me alimentar de coisas que foram feitas com amor”.

Precisa dizer mais algumas coisa? Confira abaixo algumas das preciosidades ogras que você pode encontrar em SP:

 

1. Estadão (Viaduto 9 de julho, 193 – Centro)

Famoso pelo mitológico sanduíche de pernil, o Estadão se transformou em uma verdadeira lenda da madrugada paulistana. ‘É um dos poucos lugares onde você pode bater uma feijuca às 4 da manhã’.

2. Caverna Bugre (Rua Teodoro Sampaio, 334 – Pinheiros)

Anote aí: filé mignon coberto com catupiry, copa e provolone gratinado ao molho inglês. Essa é a receita do incrível filé alpino desse restaurante fundado por uma austríaco há mais de 60 anos num subsolo de um prédio em Pinheiros. Inesquecível!

 

3. Kidoairaku (Rua São Joaquim 394 – Liberdade)

‘Parece que você está entrando na casa de uma família japonesa, com a tiazinha que sempre fica sentada numa cama vendo TV e uma estante repleta de mangás’. Os especiais do dia são anunciados em papéis colados na parede. Destaque para os teishokus e lamens.

 

4. Mocotó (Av.Nossa Senhora de Loreto, 1100 – Vila Medeiros)

Antes do meio dia, a fila vira o quarteirão, faça sol ou faça chuva, mas vale muitíssimo a pena! Lá você vai aprender a diferença entre torresmo e pururuca e descobrir uma preciosidade chamada ‘Francesinha’, uma cachaça que vai te engolir, literalmente!

 

 5. Rota do Acarajé (Rua Martim Francisco, 529 – Santa Cecília)

Comida baiana de primeira linha num boteco daqueles que farão você passar a tarde inteira tomando uma gelada. A sequência certeira é acarajé, bobó de camarão e pudim de tapioca.

 6. Casa Garabed ( Rua José Margarido, 216 – Santana)

Você acha que já comeu esfiha até ir nesse restaurante armênio em Santana. A de cordeiro e a de zaatar, assadas na hora no forno a lenha, são imperdíveis!

 7. Santa Tereza (Praça Dr. João Mendes, 150 – Sé)

Fundada em 1872, é a padaria mais antiga em funcionamento no Brasil. Não bastasse sua importância do ponto de vista histórico, a coxa creme aí da foto faz mais do que valer a visita.

8. Empanadas (Rua Wizard, 489 – Vila Madalena)

Conversa fiada, cerveja gelada e empanada de carne – a melhor combinação do mundo se encontra nesse ‘pé sujo’ que lota todo santo dia. Para se empanturrar e gastar pouco!

9. Pasv (Av.São João, 1145 – República)

O ponto forte, segundo Barcinski, são os pratos espanhóis: polvos, lulas e um insuperável puchero (cozido com paio, linguição, grão de bico e outros vegetais). ‘É o único lugar que eu conheço onde você pede uma paella para viagem e eles deixam você levar o tacho para casa’. 

10. Sujinho (Rua da Consolação, 2063 – Consolação)

Clássico paulistano para comer até cair. Não deixe passar a famosíssima salada de repolho e cebola antes de entrar de cabeça na bisteca! Depois, bem depois você não vai conseguir  pensar mais em nada…

11. Generale (Rua Pamplona, 957 – Jd. Paulista)

Generale é uma cantina italiana que, desde 1980, faz a felicidade dos adoradores de massas ao servir pratos fartíssimos de massa caseira preparada por eles. Tem gente que já sai rolando de tanto se deliciar na saborosa sardela que é servida de entrada. Mas recomendamos: guarde um espaço generoso para os pratos principais.

12. Marques Hamburguer (Av. Bras Leme, 2002 – Santana)

O Marques é um daqueles lugares no qual você pede um pouco de maionese para acompanhar o prato, e eles te trazem uma cumbuca tão cheia que se confunde até com o prato principal. Lá tudo é grande, muito grande. E ao mesmo tempo, tudo é muito bom. Há uma lenda que os que pedem um beirute para comer sozinho, não se levantam da mesa até o dia seguinte.

Lugares simples do centro de SP servem pratos brasileiro

April 24, 2013

 

Na região da República, no centro de São Paulo, restaurantes comerciais parecem cumprir sua missão de maneira burocrática.

Mas, em meio às ruas e às galerias movimentadas, há boas oportunidades.

Uma delas é o Feijão do Norte, no segundo andar da galeria Metrópole, que se dedica à cozinha nordestina.

  Zé Carlos Barretta/Folhapress  
Carne-seca do Feijão do Norte
Carne-seca do Feijão do Norte

O cardápio lista ingredientes típicos, como carne-seca, mandioca, feijão-de-corda e queijo de coalho.

O baião de dois (R$ 18,90) é temperado com coentro, bacon e pimenta-biquinho. Chega à mesa em cumbuca de barro, em porção capaz de alimentar dois clientes de apetite moderado.

Há outras sugestões fartas: escondidinho de carne-seca, carne de sol com mandioca na manteiga de garrafa (R$ 18,90) e joelho de porco (R$ 17,90).

Editoria de Arte/Folhapress

Na vizinhança, indo em direção ao vale do Anhangabaú, fica o Palácio da Sete. Sua aparência não se distingue de muitos dos botecos do arredor. É um local simples, de atendimento amigável.

Serve, às quartas-feiras, feijoada gratinada no forno, famosa nas redondezas. A versão média (R$ 24,90) alimenta duas pessoas e vem acompanhada de farofa, couve e torresmo.

Feijão do Norte
Endereço: Galeria Metrópole (av. São Luis, 187, República, tel. 0/xx/11/3259-7613)
Outras sugestões: mexidinho (tutu de feijão, carne-seca, ovo mexido, couve e banana frita, R$ 18,90)
Funcionamento: de seg. a qui., das 11h às 22h; sex., das 11h às 23h; sáb., das 11h às 18h

Palácio da Sete
Endereço: r. Sete de Abril, 52, República, tel. 0/xx/11/3257-2764
Outras sugestões: bacalhau à portuguesa, com batata, cebola e pimentões (R$ 48, para duas pessoas)
Funcionamento: de seg. a sex., das 11h às 20h; sáb., das 11h às 17h

30 things at 30

March 28, 2013
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Ficando para trás

January 9, 2013

Ao desfazer a mala percebi, chateado, que um dos pés da meia verde tinha ficado lá na praia. Àquela hora, devia estar caído atrás do armário da pousada, quem sabe até já não tivesse virado pano de chão, saquinho de parafuso, flanela para encerar móveis? Se fosse um casaco, uma calça, uma gravata, ainda haveria chances de ir parar num Achados e Perdidos, numa gaveta da recepção, mas um pé de meia? Quem se dá ao trabalho de ligar, perguntar se por acaso, mas que bom, Sedex tá ótimo, me passa a sua conta que te envio um DOC? No entanto, como já disse, fiquei chateado.
Aquelas meias haviam sido compradas na primeira viagem que fiz com a minha mulher, poucos meses depois de começarmos a namorar. Uma viagem em que cruzamos os Estados Unidos de carro, sem rumo, parando de cidade em cidade, dormindo em motéis de beira de estrada e nos descobrindo –descobrindo, por exemplo, que eu não era o tipo de cara que gosta de cruzar um país de carro, sem rumo, parando de cidade em cidade, dormindo em motéis de beira de estrada. Meu apego por “road movies”, me dei conta, enquanto discutia com a voz do GPS numa highway de oito pistas em algum lugar do Arizona, tinha mais a ver com “movies” do que com “road”. (Há uma diferença nada sutil entre assistir à “Paris, Texas” e estar em “Paris, Texas” –a diferença, digamos, entre um deserto e uma poltrona.)
Foi lá pelo meio da viagem, quando eu estava aflito, espremido entre caminhões mastodônticos e o possível fim do namoro –ela sempre querendo ver o que havia do lado de lá da montanha, eu sugerindo tomar uma cerveja na próxima esquina- que comprei as tais meias, numa cidadezinha em Nevada. Eram grossas, confortáveis, meias de domingo, daquele velho domingo que “pede cachimbo” na canção infantil. Apesar de estrangeiras, emanava delas o inconfundível aroma do lar. Algo sutil, claro: mas não é nas sutilezas que Deus e o Diabo se escondem? Pois as meias verdes amaciaram um pouco aqueles dias atribulados.
Teve uma tarde, já no fim da viagem, em que subimos um platô em Monument Valley, no Arizona. Um cenário de faroeste, digno de John Wayne ou Papa-Léguas, e, embora –ou talvez exatamente porque– escalar um platô no meio do deserto fosse a caricatura do que me desagradava no pacote aventura, a epítome do desconforto, consegui relaxar e aproveitar. Ao chegar lá no alto, suados, tiramos os sapatos, ficamos em silêncio, um encostado no outro, admirando a paisagem marciana.
Anos depois, mesmo tendo lavado dezenas de vezes as meias verdes, uma manchinha da terra vermelha de Monument Valley resistia, impregnada às suas fibras. Sempre que abria a gaveta e as via, me voltava à memória aquele momento da viagem, o momento em que entendi que o namoro, apesar de nossas diferenças –eu, poltrona; ela, platôs– iria dar certo. E deu.
Agora, um pé de meia tá lá na Barra do Sahy, passando óleo de peroba na mesa do café da manhã, o outro irá inexoravelmente pro lixinho do banheiro. Fazer o quê? Veja, não é pela meia que eu fico triste, não. É a vida que, num detalhezinho aqui, noutro ali, tão rápido, vai ficando para trás, percebem?

Blady Draw Boy

October 23, 2012

Fleet Foxes

October 23, 2012